Como vocês definiriam o som da banda?
- Com a transição de The Red Lips para Purple Lips, pretendemos fazer algumas alterações em nossa sonoridade, queremos ser ainda mais crus e viscerais. Estamos buscando trazer uma sonoridade moderna, ousada e mainstream para o rock, pois nossa missão é manter viva a chama do gênero.
Como a cultura brasileira influencia o trabalho de vocês?
- Talvez nossa grande referência da cultura musical brasileira seja a Pitty. Percebemos que ela foi o último movimento de rock nacional dos anos 2000 que estourou e não queremos que o legado dela acabe. Sua importância pra cena musical brasileira é indiscutível e buscamos algumas referências em suas músicas, principalmente nas mais agressivas.
Quais são as maiores influências musicais da banda, tanto nacional quanto internacional? Alguma influência surpreendente que o público não conheça?
- Nacionalmente, já citamos a Pitty, mas nossa grande e maior referência internacional é o Maneskin. Eles são como um grito de protesto na música moderna. Rejuvenesceram completamente o rock e trouxeram um apelo visual que o gênero estava precisando há algum tempo. Somos completamente apaixonados por eles e queremos que essa chama que eles acenderam não se apague, que ela continue causando impactos no mainstream atual, e aqui estamos para tentar fazer isso. Como referência nova e surpreendente, temos a banda Muse. Com nossa nova estética visual e sonora, estamos procurando encontrar uma sonoridade que também se aproxime deles. Sempre gostamos da banda, mas não a tínhamos como referência enquanto The Red Lips. Mas agora, enquanto Purple Lips, queremos amadurecer nosso som assim como amadurecemos a cor. Deixá-lo ainda mais cru, e tendo Muse e Maneskin como referências estamos muito bem servidos para fazer isso.
O cenário musical independente no Brasil é desafiador. Quais são os principais obstáculos que vocês enfrentam e como os superam?
- Talvez o principal desafio da música independente no Brasil seja conseguir se manter em alta e bem visto. Ainda estamos buscando maneiras de marcar nossa imagem fora da nossa cidade para superarmos esse desafio, para "ficarmos em alta" não apenas na nossa cena local. Ser ativo nas redes sociais e ter estratégias bem definidas com certeza é o melhor caminho para isso
Além da música, vocês têm outros interesses artísticos ou projetos paralelos que gostariam de compartilhar com os fãs?
- Nosso principal objetivo de vida é a Purple Lips, mas temos sim alguns projetos. João Guilherme e João Gabriel estão iniciando um projeto como dupla de DJs, o Eastwave, e Giovanna é a responsável pela parte conceitual e online deles. João Guilherme e Giovanna também estão, juntos, começando a traçar uma carreira na produção de eventos. Nós três estamos sempre unidos e buscando crescer, juntos, na música. Não há limites
Como vocês descreveriam a jornada da banda até agora? O que tem sido mais desafiador e gratificante ao conquistar espaço na cena musical?
- Tem sido uma jornada muito intensa. Com certeza o que está sendo mais desafiador, no momento, é entender que mesmo tendo conquistado um grande espaço na cena musical de Juiz de Fora, o processo para atingir outros níveis é lento, e precisamos ter muita calma para lidar com isso. E é muito gratificante simplesmente poder ver as pessoas, aos poucos, conhecendo a gente e comprando a nossa ideia. Somos ousados e buscamos sair da zona de conforto, e trazer algo completamente novo para o público. Podem esperar que esse nosso amadurecimento de "The Red Lips" para "Purple Lips" vai mostrar exatamente isso, como não queremos ficar estagnados. Estamos evoluindo e queremos que as pessoas percebam isso. Roxo é a cor do amadurecimento
Vocês estão trazendo uma nova energia para a cena musical. O que vocês acham que diferencia das outras bandas emergentes?
- Primeiro, muito obrigado pelas palavras! E sim, desde o princípio já tínhamos em mente como gostaríamos de renovar a energia da cena. Talvez o que nos diferencie das outras bandas emergentes é que sempre tivemos muito bem estabelecido o que queríamos, e que não iríamos tirar o pé do freio em momento algum. Essa confiança em nosso projeto nos faz ser diferentes. Pois com ela, nós nos permitimos ser o que queremos. Temos isso tão estabelecido em nós mesmos que percebemos que era a hora de fazer a transição do nosso nome, e que mudar não era um problema, e nunca será. Mudanças vem para o bem e para mostrar que há algo novo para ser mostrado. Nós vamos continuar melhorando incansavelmente.
Juiz de Fora é conhecida por sua cena musical diversificada. Como a cidade tem recebido a Purple Lips e como isso influenciou o crescimento da banda?
- Juiz de fora nos recebeu com muito carinho. No início, algumas pessoas duvidavam um pouco de nós, dizendo que éramos muito ousados e ambiciosos, e que o público não ia entender nossa proposta. Mas isso rapidamente mudou, principalmente quando entramos na cena do Cultural. É uma casa de muito peso e renome, e termos conseguido nos apresentar por aí com regularidade com certeza é algo que nos prestigia muito e nos ajuda a continuar crescendo dentro da cidade. E vai nos ajudar a futuramente podermos expandir nossos horizontes.
Vocês têm feito algum tipo de experimentação sonora ou abordagem inovadora em suas músicas que gostariam de compartilhar conosco?
- Nosso trabalho autoral ainda está no começo. Não temos nada oficialmente lançado ainda, mas estamos trabalhando nisso. Temos nos esforçado muito para encontrar uma sonoridade única pro rock, e que atenda mais o mercado do mainstream. É algo muito difícil e exige atenção nos mínimos detalhes, então não queremos nos apressar. O objetivo é que quando lançadas, as músicas tenham a nossa nova cara: uma pegada cru e moderna. E que seja impactante e cativante pro mercado.
O rock tem uma tradição de ser um gênero desafiador e rebelde. Como a banda incorpora essa atitude em sua música e performances?
- Bom, acho que esse é o assunto que mais gostamos de falar! Nossa performance agressiva e elétrica, junto ao nosso visual super andrógeno, resgatam bem o espírito de rebeldia do rock. Deveria ser uma cena livre de preconceitos e rótulos, mas infelizmente não é o que percebemos. Nossos figurinos costumam impactar bem, pois nos negamos a seguir qualquer padrão que nos tenha sido imposto. Nós queremos apenas nos sentir bem e livres, e isso, felizmente ou infelizmente, choca. Um ponto que é legal trazer, é que, enquanto The Red Lips, nós cometemos um pequeno erro: nos limitávamos a figurinos que destacassem apenas o vermelho. Isso vai contra a própria mensagem que queremos passar como falamos acima, de ser livre. Agora, como Purple Lips, não vamos nos limitar apenas ao roxo. Vamos explorar tudo que a moda pode nos oferecer. Nós amamos isso.
Vocês têm algum conselho para outras bandas novatas que estão tentando se destacar na cena musical?
- Nosso conselho é bem direto, seguindo a mensagem que já abordamos aqui na entrevista: sejam completamente livres para tocar o que quiser, e do jeito que quiser. Não se prendam ao que os outros acham melhor para a sua banda fazer. Assim que vocês irão conquistar um público verdadeiramente fiel.
Por fim, o que podemos esperar da Purple Lips nos próximos meses? Há novos lançamentos, shows ou projetos especiais em vista?
- Bom, estamos agora no processo de continuar compondo nossas músicas e juntar verba para que possamos ir gravar nos melhores estúdios. Vamos continuar realizando shows para que isso seja possível e também para mostrar nossa nova cara enquanto Purple Lips. Não vamos perder, jamais, a nossa essência. Ela ainda está com a gente e muito forte, nós estamos simplesmente crescendo e amadurecendo. É sobre evolução. Nesse momento, precisamos de vocês mais do que nunca; continuem nos acompanhando e apoiando indo aos shows, para que a gente consiga realizar nosso principal sonho: mostrar pro mundo que o rock ainda é jovem, rebelde e inovador. E que ele não está morto e NUNCA morrerá. Muito obrigado!
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